"Entre o sono e o sonho, entre mim e o que em mim, é o quem eu me suponho, corre um rio sem fim"... Contradições, momentos, emoções, risos e lágrimas... Loucura e fantasia... Sempre a razão e a realidade... Eu, quando me olho ao meu espelho... de estilhaços

segunda-feira, janeiro 30, 2006

shall we dance?

"the rumba... is a vertical expression of a horizontal wish...

you have to hold her like the skin on her tigh is your reason for living
let her go like your heart's being ripped from your chest
pull her back like you're gonna have your way with her, right here, on the dance floor
and then finish
like she's ruined you for life"


quinta-feira, janeiro 26, 2006

um dia igual a tantos outros

que fazer quando estás naqueles dias em que não estás triste nem alegre? em que estás tão-somente... indiferente...
é como se um tractor pudesse passar por cima de ti e tu nem reparasses... como se te estivesses a afogar em águas paradas, mas só a ideia de mover os braços em direcção à superfície parece arrasadoramente inconcebível.

olhar para os apontamentos, não conseguir desviar o pensamento de outra coisa ou, simplesmente, não conseguir fixá-lo em nada...

achar que estás assim por este e aquele motivo... e minutos depois veres que afinal talvez seja por outro motivo... ou que talvez não seja por motivo nenhum.
nestes momentos só queria ter a liberdade de encostar a cabeça na almofada e dormir... esquecer que me sinto vazia de mim... e não sei porquê

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Abrunhosa once again!

Onde estiveres eu estou
onde tu fores eu vou
se tu quiseres assim
meu corpo é o teu mundo
e um beijo, um segundo
és parte de mim

Para onde olhares eu corro
se me faltares eu morro
quando vieres distante
solto as amarras
e tocam guitarras por ti,
como dantes

Agarra-me esta noite
Sente o tempo que eu perdi
Agarra-me esta noite
que amanhã não estou aqui

Agarra-me esta noite
Sente o tempo que eu perdi
Agarra-me esta noite
que amanhã não estou aqui


(por favor, se não conhecem esta música não se fiquem pela letra... ouçam, porque a música é linda. Claro que se vocês já sabem à partida que não partilham dos mesmos gostos musicais que eu, nem vale a pena... A música só tem um defeito: ser cantada – ai, perdão! – falada pelo Abrunhosa... mas não é assim tão grave)

terça-feira, janeiro 17, 2006

Ultimamente

já não me lembrava como era... mergulhar na água, deixar o meu corpo abandonar-se ao impulso dado... e depois, nadar... simplesmente nadar... cada vez com mais força, como se com aqueles movimentos de pernas e braços me levassem aonde quero ir. nadar debaixo de água o tempo que puder, até que os pulmões já não tenham mais ar, e eu sinta a aflição no peito, a falta de oxigénio... e então vir à superfície, encher bem os pulmões de ar... como se respirasse pela primeira vez, como se nascesse de novo.

mas também já não me lembrava como era... sentir-te tão perto de mim, ou melhor, sentir-me tão perto de ti. saborear o teu beijo e desejar que não acabasse... sentir o teu calor e não haver mais inverno lá fora...

ando a (re)descobrir tantas coisas ultimamente.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

4h30; secçao de jornalismo

e assim passam rapidamente os segundos, os minutos, as horas... e é assim que olho para o relógio e são já 4h30 da manhã... e A Cabra tá quase a fechar a edição... apenas mais um de muitos fechos, mas o primeiro em que estou... o primeiro de muitos, espero.

domingo, janeiro 15, 2006

Puedo escribir los versos...

puedo escribir los versos más tristes esta noche.

escribir, por ejemplo: "la noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a los lejos".

el viento de la noche gira en el cielo y canta.

puedo escribir los versos más tristes esta noche.
yo la quise, y a veces ella también me quiso.


en noches como esta la tuve entre mis brazos.
la besé tantas veces bajo el cielo infinito.


ella me quiso, a veces you también la quería.
cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

puedo escribir los versos más tristes esta noche.
pensar que no la tengo. sentir que la he perdido.


oír la noche immensa, más immensa sin ella.
y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
la noche está estrellada y ella no está conmigo.


eso es todo. a los lejos alguien canta. a los lejos.
mi alma no se contenta con haberla perdido.

como para acercarla mi mirada la busca.
mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

la misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
mi voz buscaba el viento para tocar su oído.


de otro. será de otro. como antes de mis besos.
su voz, su cuerpo claro. sus ojos infinitos.

ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

porque en noches como ésta la tuve en mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.

aunque éste sea el último dolor que ella me causa
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

(Pablo Neruda)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

a zero graus

alguém me empresta um detector de sentimentos?

daqueles à prova de subjectividades,
de emoções e de passados...
à prova de carinhos, afectos e atenções

(daqueles detectores de um frio metálico, que nem quando em contacto com o calor preso dentro do peito, aquecem...)

para detectar aquilo que sinto
para não enganar ninguém
para não me enganar a mim própria
ou para deixar de pensar que me engano a mim própria



o que há em mim é sobretudo cansaço

"o que há em mim é sobretudo cansaço
não disto ou daquilo,
nem sequer de tudo ou de nada:
cansaço assim mesmo, ele mesmo,
cansaço.

a subtileza das sensações inúteis,
as paixões violentas por coisa nenhum,
os amores intensos por o suposto em alguém.
essas coisas todas -
essas e o que falta nelas eternamente - ;
tudo isso faz um cansaço,
este cansaço
cansaço.

há sem dúvida quem ame o infinito,
há sem dúvida que deseje o impossível,
há sem dúvida quem não queira ada -
três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
porque eu amo infinitamente o finito,
porque eu desejo impossivelmente o possível,
porque quero tudo, ou um pouco mais,

se puder ser, ou até se não puder ser...

e o resultado?
para eles a vida vivida ou sonhada,
para eles o sonho sonhado ou vivido,
para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
para mim só um grande, um profundo,
e, ah, com que felicidade infecundo, cansaço,
um supremíssimo cansaço.
íssimo, íssimo, íssimo,
cansaço...
"



(álvaro de campos)

segunda-feira, janeiro 02, 2006

ano novo, vida nova?

pois é... e assim se inicia um novo ano... novas perspectivas, novos planos e projectos? não gosto de pensar nisso... nunca fui de traçar linhas de acção para um novo ano (ou antes, já o fui, mas logo me apercebi que isso comigo não funcionava!). afinal de contas, a nossa vida é sempre um contínuo... não é por se passar do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro que tudo vai ser diferente ou que simplesmente podemos decidir que iremos mudar radicalmente, ou substancialmente, a nossa maneira de viver.

por isso vou apenas deixar-me levar... pode ser uma atitude conformista, é verdade... mas que interessa? pelo menos assim não crio grandes expectativas relativamente ao novo ano, relativamente a mim mesma... pelo menos assim não vejo fracassadas uma vez mais as minhas ilusões.

desejo para 2006? apenas um (aquele que, penso eu, todos nós queremos): ser feliz... não é um desejo tão egoísta como à primeira vista pode parecer. a minha felicidade depende muito da felicidade daqueles que amo. esse é o meu único desejo... ser feliz... (mas acho que sou demasiado complicada para isso)


e já agora... UM ÓPTIMO 2006 PARA TODOS!