"Entre o sono e o sonho, entre mim e o que em mim, é o quem eu me suponho, corre um rio sem fim"... Contradições, momentos, emoções, risos e lágrimas... Loucura e fantasia... Sempre a razão e a realidade... Eu, quando me olho ao meu espelho... de estilhaços

quarta-feira, agosto 31, 2005

Despedida

Doeu...

Doeu ver as lágrimas a correr pela tua face
A tua respiração ao ritmo descompassado do meu coração
O aviso paternal "cuidado com os italianos" seguido de um riso amargo
O "Amo-te" tantas vezes gritado sair ténue

(tenho a certeza que tudo o que tinhas pensado dizer naquela hora ficou preso na garganta)

Doeu rodar a chave do carro e arrancar (porque ele não vai abaixo quando se quer?)

Doeu demais... olhar pelo espelho retrovisor e ver abandonado, no meio da estrada, um pedaço de mim...

Qual fogo que arde sem ver!!!


"O amor é um verbo impossível de conjugar
dado que
o pretérito não é perfeito,
o presente pouco indicativo
e o futuro condicional"


António Lobo Antunes

Confissão do passado

Confesso...
Se pudesse escolher,
Escolhia odiar-te.

Se pudesse escolher,
Escolhia fugir aos teus lábios
Quando eles me procuram.

Se pudesse escolher,
O meu corpo evitaria
As tuas carícias.

Se pudesse escolher,
Os meus olhos desviar-se-iam
Da luz traidora dos teus.

Ah, se eu pudesse escolher,
Não estaria agora
A escrever sobre ti...




Ajuda-me... Poupa-me à tua presença, ao teu olhar fixo e penetrante, ao teu sorriso indecifrável... O passado passou, o presente é já outro, mas tu continuas nele... Porquê? Uma resposta, por favor, a este estilhaço que deixaste na minha alma... Uma resposta à estranha dor de não me despedir de ti!

terça-feira, agosto 30, 2005

O começo é sempre difícil!

Pois bem... Nunca pensei vir a escrever um blog, apesar de hoje ser algo tão comum. E sinceramente ainda não sei o que me levou a fazê-lo... Acho que a necessidade de exteriorizar algo que fica demasiadas vezes aprisionado dentro de mim... Ou de ter uma espécie de porto de abrigo nesta nova (embora curta) fase da minha vida que vou agora iniciar com a minha ida para Itália... Ou então a pura e simples necessidade de pensar (doce ilusão!) que há sempre alguém do outro lado do ecrã que lê não só os caracteres visíveis como as entrelinhas... Sei lá! Nunca encontrei uma explicação única para nenhuma coisa que tenha feito, por isso por que haveria de ser diferente agora? Ao menos assim não entro em contradição (ainda mais...).
Não prometo regularidade nos posts... Sempre fui de paixões intensas mas fugazes nas coisas que faço e tão rapidamente algo me interessa como no momento seguinte me causa monotonia. Tudo o que posso prometer é o espelho de letras de mim, em estilhaços ou não...