"Entre o sono e o sonho, entre mim e o que em mim, é o quem eu me suponho, corre um rio sem fim"... Contradições, momentos, emoções, risos e lágrimas... Loucura e fantasia... Sempre a razão e a realidade... Eu, quando me olho ao meu espelho... de estilhaços

terça-feira, outubro 25, 2005

Quando...

quando nada do que vejo me lembra de ti
... e eu penso em ti
quando ninguém me pergunta de ti
... e eu falo de ti
quando me dizem para esquecer
... e eu fico surda por momentos
quando eu tento esquecer
... e então o telemóvel toca
uma vez mais

(quantas vezes por dia sinto falta desse "uma vez mais"...)

segunda-feira, outubro 24, 2005

Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit deja
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Ou il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'apres ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumiere
Je ferai un domaine
Ou l'amour sera roi
Ou l'amour sera loi
Ou tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te racontraiL'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne quitte pas
Ne me quitte pas

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je ne veux plus pleurer
Je ne veux plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas


(sinto falta da rede no quintal de trás daquela casa, da voz do Jacques Brel acompanhando as notas ao piano, ao mesmo tempo fortes e suaves como gotas de chuva... e de sentir uma dor que não é minha...)

quinta-feira, outubro 20, 2005

Waiting...

espero por ti
espero por mim
espero por algo
algo que nao sei o que é
algo que nao sei se quero saber o que é
algo... tao somente algo
ou alguem...
ou a ti...
ou a mim...
ou nòs....

quarta-feira, outubro 19, 2005

Picole cose

Saudades…
Do sofá velho, da manta que há já muitos anos não é branca
Das torradas com manteiga ao pequeno-almoço,
Da cama que tem uma janela por cabeceira

Saudades…
De tardes e tardes no académico,
Entre cervejas e conversas sem ou com nexo
De duas amigas em particular

Saudades…
De sessões nocturnas de cinema
De pipocas a caírem onde não devem
E de um chocolate quente depois

Saudades…
Das visitas ao Sr. Pintos
Do copo de traçadinho
Que nunca ficava cheio sobre a mesa

Saudades…
Do café de todos os fins-de-semana
Dos campeonatos improvisados de setas
Da hora e meia de espera para se saber para onde ir

Saudades…
De conduzir à noite contigo ao lado
E de me dizeres com ar sério
“Já baixavas dos duzentos!”

Saudades…De pedacinhos de mim…

terça-feira, outubro 18, 2005

Grandezas

o mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
o mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
o amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
(Drummond de Andrade)

sábado, outubro 15, 2005

De Lucca


Olhar pelas brechas entre as paredes de pedra da Torre dei Guinigi, a torre que tem carvalhos no cimo e que por isso, quando vista de longe, lembra um gigante com o cabelo espetado (numa visao um pouco surrealista, eu sei...)
subir lentamente as escadas... deliciando o momento que antecede o chegar ao objectivo final... (quantas vezes a travessia nao é melhor do que a chegada)
a expectativa que prende o olhar ao rectangulo de claridade que se encontra acima de nos e para o qual caminhamos... o rectangulo que gradualmente se torna cada vez maior... a claridade que cada vez mais fere a vista...
e finalmente o subir umas escadas estreitas, a
visao dos carvalhos convidando-nos a prolongar o olhar pelo seu tronco, depois pelos seus ramos, e por fim pelo que se esconde debaixo deles...
o resto... indescritivel
um por-do-sol em Lucca... verdadeiramente inesquecivel!

terça-feira, outubro 11, 2005

Ódio

Odeio-te...
Na frescura da minha madrugada,
Ao acordar.
Odeio-te...
Na leveza da minha manhã,
Ao levantar.
Odeio-te...
Ao nascer da minha tarde,
Ao caminhar.
Odeio-te...
Na simplicidade do meu dia,
Ao respirar.
Odeio-te...
Na tristeza do meu entardecer,
Ao, em ti, pensar.
Odeio-te...
Na escuridão do meu anoitecer,
Ao, por ti, chorar.
Odeio-te...
Na imensidão da nossa noite,
Ao te reencontrar.
Odeio-te...
Na felicidade dos nossos dias,
Ao recordar.
Odeio-te...
No sofrimento da minha vida.
Odeio-te...
Na lucidez da minha memória.
Odeio-te...
Na minha profunda saudade.
Odeio-te...
Na loucura do teu corpo.
Odeio-te...
Na saudade de ti.
Odeio-te...
Na infinita dor de muito te amar,
E por isso, não te poder odiar!
(De Sandrina Fernandes)
P.S. - Miss U so much, my friend!

segunda-feira, outubro 10, 2005

Palavras de poeta

"... e de amar assim, muito amiude, é que um dia,
em teu corpo, de repente hei-de morrer de
amar mais do que pude!"

(Vinicius de Moraes)

sexta-feira, outubro 07, 2005

E(u)rasmus


há coisas que sempre desejámos fazer ou ter, na nossa vida… mas o mais estranho é que no momento em que finalmente se realizam parece que nada de especial está a acontecer… como se fosse a coisa mais previsível do mundo… ou como se não nos apercebêssemos que aquilo que sempre quisemos está realmente a acontecer… vivemos as coisas sem nos apercebermos do real significado delas… aquele significado que sempre achámos que iríamos descobrir quando acontecessem. e afinal não descobrimos… pelo menos eu não descubro…
(anseio em ser voyeur de mim mesma… talvez assim pudesse descobrir(-me))


se não houve frutos, valeu a beleza das flores
se não houve flores, valeu a sombra das folhas
se não houve folhas, valeu a intenção da semente
(Henfil)

Verona VS Veneza

Em Verona:

  • Homens de meia idade com aspecto decente – Desculpem mas é esta a Ponte dei Suspiri? (apontando para uma ponte que ligava dois edifícios)
  • Eu – Desculpe, não sei, somos turistas
  • Sara – A única Ponte dei Suspiri que eu conheço é em Veneza!
  • H.m.i.c.a.d. – Pois… Mas onde estamos nós?
  • Sara e Eu – Estamos em Verona…
  • H.m.i.c.a.d. – Em Verona? Não estamos em Veneza?
  • Sara e Eu – NÃO!

(pergunto-me: eles ainda nao tinham reparado que nao havia canais???)

terça-feira, outubro 04, 2005

Contradiçoes

vivo num mar de contradiçoes... sei que isto parece algo comum de se dizer mas nada bom de sentir... gostar e nao gostar simultaneamente de algo, concordar e nao concordar... compreender e nao compreender... sentir falta e nao sentir... querer algo e ao mesmo tempo nao o querer... ou querer o contrario... e consequentemente parecer estupida, parecer uma daquelas pessoas que nao sabem o que quer, ou que nao tem opiniao formada sobre nada... eu sei o que quero... o problema é que eu quero coisas diferentes (e nao raras vezes contraditorias) consoante os momentos... eu sei o que penso e formo opinioes... o problema é que penso demais e as minhas opinioes multiplicam-se (e entrechocam-se) relativamente a um mesmo assunto ou a alguém.

nao vivo no mundo a preto e branco, onde tudo o que nao é preto è branco, e tudo o que nao é branco é preto... vivo no mundo cinzento, onde o preto e branco se misturam e se dissolvem, até que nao se sonsiga saber se ha mais preto ou ha mais branco, ou qual é que devia haver mais, ou qual eu gostaria que predominasse...

nao sei se é bom ou mau... se é normal ou anormal... nao sei mesmo se isso me interessa... vivo rodeada de "nao seis"...

so sei que nada esta sempre errado... até um relogio parado esta certo duas vezes por dia...

segunda-feira, outubro 03, 2005

Ratzinger



As coisas que uma pessoa fica a saber cà por estas itàlias....