"Entre o sono e o sonho, entre mim e o que em mim, é o quem eu me suponho, corre um rio sem fim"... Contradições, momentos, emoções, risos e lágrimas... Loucura e fantasia... Sempre a razão e a realidade... Eu, quando me olho ao meu espelho... de estilhaços

quinta-feira, outubro 16, 2008

Às vezes esta cidade sufoca-me. A sua grandeza, a altura dos edifícios, os laivos alucinados que pressinto por detrás dos entreolhares no metro, o metro, o ar pesado e sufocante do metro, as luzes ferozes dos centros comerciais, os obscuros seguranças à entrada dos clubes nocturnos da Duque de Loulé, os homens de fato e gravata à espera nos carros.
Às vezes esta cidade sufoca-me. As paredes do quarto atrofiam, as portas que rangem, a varanda que dá para a casa da frente. As paredes que dão para os quartos do lado. A prisão. Do lado de lá do muro.
E as pessoas. Sufoca-me vê-los deitados num recanto qualquer, abandonados a um cobertor velho. E sufoca perceber que não vejo aqui ninguém capaz de dar boleia até casa a um casal de avós com três netos para carregar e um monte de malas, como em Coimbra. Ou alguém capaz de estender um cigarro àquele mendigo ao pé de casa. Talvez porque todos os outros já sufocaram. Nós não.

2 Comments:

Blogger Nelson said...

Não são as coisas que são assim. Mas teu olhar, o estado de tua alma, que as torna assim.

1:30 da tarde

 
Blogger Nelson said...

Bem, fazia tempo que não visitava seu blog. Estava atualizando minha leitura e resolvi postar aqui minha opinião sobre tudo que li hoje (você é sempre tão intensa, em poucas linhas descarrega um mar de sentimentos). Eu gosto muito do seu jeito de escrever... Tanto que linkey seu blog no meu. Quanto à sua angustia por escrever ou não, acho que você já tem o principal, que é talento. O resto virá com o tempo, e com o acúmulo de experiências, emoções, alegrias, sofrimentos e uma pá de coisas que acontecem contigo todos os dias. Sei lá, basta viver e contar.
Prometo que pelo menos um leitor terá!

1:53 da tarde

 

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