hoje acordei e senti-me sozinho
um barco sem vela
um corpo sem linho.
amanheci e vesti-me de preto,
um gesto cansado
o olhar do deserto.
quando todos vão dormir
é mais fácil desistir,
quando a noite está a chegar
é difícil não chorar.
eu não quero ser
a luz que já não sou,
não quero ser o primeiro
sou o tempo que acabou.
eu não quero ser
as lágrimas que vês,
não quero ser primeiro
sou um barco nas marés.
adormeci
sem te ter a meu lado,
um corpo sem alma
guitarra sem fado.
um sonho na noite
e olhei-me ao espelho,
umas mãos de criança
num rosto de velho.
quando todos vão dormir
é mais fácil desistir,
quando a noite está a chegar
é difícil não chorar.
eu não quero ser
a luz que já não sou,
não quero ser o primeiro
sou o tempo que acabou.
eu não quero ser
as lágrimas que vês,
não quero ser primeiro
sou um barco nas marés.
(Pedro Abrunhosa)
as vezes, nao ha palavras proprias para exprimir o que se sente... é aquilo que, falando realisticamente, se chama falta de originalidade... a mente bloqueia, os dedos sobre o teclado tambem, mas ha tanto para dizer, tanto para chorar em palavras...