"Entre o sono e o sonho, entre mim e o que em mim, é o quem eu me suponho, corre um rio sem fim"... Contradições, momentos, emoções, risos e lágrimas... Loucura e fantasia... Sempre a razão e a realidade... Eu, quando me olho ao meu espelho... de estilhaços

terça-feira, setembro 06, 2005

Sem nome

Mais uma vez
Deito-me só,
Tendo por companhia
Teu corpo, abandonado
No agudo do nosso silêncio.

Arrefece-me o teu calor
Emanado da tua alma.
Quando ficámos tão frios?
Acalma-me a inquietude
Nascida do ímpossível do nosso amor.
Quando se tornou impossível amarmo-nos?

Não te sinto
Quando me tocas.
O teu frio toque
Não me arrepia.
Não te sinto... quando aconteceu?
Não te ouço
Quando falas.
Vejo-te articular as palavras
Mas... não as ouço.
Será que as dizes ou finges somente?

Não te sinto respirar,
O calor e o odor da tua respiração
... não o sinto!
Respiras ou finges respirar?

Deitas-te junto a mim
e... é como se não o fizesses.
Será que aqui estás ou finges estar?

Como deixámos isto acontecer?
Como morreste em mim? Eu não o senti!
Quando nos vejo estás tão longe,
Como te afastaste em mim?

Contemplo-te apenas
Ainda e somente te contemplo
Como sempre.
Contemplo-te como se fosses uma sombra.
Contemplo-te como se fosses um espectro
Do que outrora fomos.

Contemplo-te do alto da minha dor,
Do alto do meu sofrimento.
Todas as noites te contemplo,
Pensando quando partiste e te tornaste sombra?

Quando partiste não pensaste:
Eu poderia querer que ficasses!
Porque não voltas?!

Hoje finalmente respondes:
“- Volta tu, abandona a Morte, que não te ama como eu!"

De Sandrina Fernandes

Belo e profundo como tu, minha amiga! I love U...